“Estes anos têm sido uma aprendizagem diária. Inicialmente foi difícil conviver com a dura realidade das pessoas que acompanhamos, mas fui ganhando resistências e a coragem necessária para nunca desistir. Não posso dizer que tenha uma situação em particular que me tenha marcado mais que outras. Todas são diferentes e em todos os casos acredito que conseguimos fazer a diferença na sua vida”, começa por dizer Ana Maduro, responsável daquela delegação, numa reportagem publicada no jornal O Figueirense.
Numa delegação que conta com a preciosa ajuda de 65 voluntários, Ana Maduro confessa que “na maioria dos casos não é possível alterar muito a realidade” destas pessoas que se encontram numa situação económica e socialmente fragilizada. Ainda assim sublinha que todo este trabalho contribui “para um melhor bem-estar”.
Esta delegação está sediada num edifício municipal, na Rua dos Bombeiros Voluntários e, apesar de não receber qualquer apoio monetário mensalmente, as suas portas estão sempre abertas, oferecendo apoio alimentar, roupas, um serviço de lavandaria, balneário, apoio psicossocial, encaminhamento para outras respostas (e recepção de encaminhamentos), apoio escolar e rastreios de enfermagem (tudo em registo de voluntariado).
O trabalho nunca para uma vez que o CASA distribui refeições durante os 365 dias do ano. “O apoio alimentar tem três vertentes, este é o único apoio que exige uma avaliação e diagnóstico familiar: o apoio semanal realiza-se todos os dias, de segunda a domingo, trabalhamos 365 dias por ano, apesar das famílias virem apenas uma vez por semana, e é composto por quebras que vamos buscar diariamente aos três Pingo Doce da cidade, ao Aldi e ao Recheio e, por 10 refeições quentes completas que recebemos durante a semana das Águas da Figueira”, refere Ana Maduro.
Recentemente foi introduzido o apoio escolar, que conta com a disponibilidade dos voluntários, prestando apoio a crianças e jovens que precisem de algum acompanhamento.
