A FEANTSA (Federação Europeia das Organizações que Trabalham com Pessoas Sem Abrigo) lançou um apelo urgente: a Europa merece um plano de habitação que seja justo e que garanta habitação digna para todas as pessoas, especialmente para aquelas em situação de exclusão social.
Com o anúncio do próximo “European Affordable Housing Plan” (Plano Europeu de Habitação Acessível), cresce também o risco de que as medidas propostas privilegiem mecanismos de mercado e deixem de fora os mais vulneráveis. Em vez de reforçar o modelo de habitação social — uma oferta pública ou sem fins lucrativos de habitação — o plano pode estar a inclinar-se para soluções “acessíveis” dependentes do setor privado e de regulações fracas, o que pode falhar em garantir acesso para os mais pobres.
Segundo dados da FEANTSA e da Fondation pour le Logement, em 2024 as famílias com rendimentos baixos gastaram, em média, 37 % do seu rendimento em habitação — contra 19 % para a população em geral. Em muitos países, ainda se multiplicam os pedidos por habitação social pendentes, enquanto a oferta “intermédia” ou “acessível” cresce mas nem sempre se volta para quem tem menos recursos.
A FEANTSA e organizações parceiras apelam à Comissão Europeia e aos decisores políticos para que:
Priorizem a habitação social pública ou comunitária, acessível sobretudo às pessoas com rendimentos mais baixos.
Evitem que o direito à habitação seja tratado como uma mercadoria sujeita às regras do mercado imobiliário.
Garantam transparência, mecanismos de regulação do arrendamento e quotas de habitação social nos novos projetos.
Assegurem que os investimentos para renovação energética não promovam gentrificação ou expulsão de moradores já fragilizados.
Mobilizem fundos públicos suficientes (UE, estados-membros, cidades) de modo permanente e sustentável.
Em declarações recentes, a FEANTSA sublinha que o esforço não pode terminar no plano: é preciso executar políticas concretas, com recursos e incentivos fortes, para colocar de pé uma habitação acessível, estável e digna “para todos”.
Para o CASA — Centro de Apoio ao Sem Abrigo, estas denúncias e exigências têm especial relevância. Num país onde o custo da habitação, os rendimentos baixos, o mercado de arrendamento e a escassez de soluções públicas se combinam num contexto complicado, é essencial que:
Portugal participe ativamente nas consultas da Comissão Europeia e assuma compromissos mais ambiciosos no debate europeu.
As organizações sociais, autarquias e cidadãos mobilizem-se para pressionar as entidades nacionais a incorporar os princípios defendidos pela FEANTSA nas políticas habitacionais.
O apoio às pessoas em situação de sem-abrigo continue a incluir não só alojamento temporário, mas caminhos seguros para habitação estável.
A crise de habitação na Europa — e em Portugal — não é apenas uma questão de “oferta e procura”. É uma questão de justiça social e de dignidade humana. Um verdadeiro Plano Europeu de Habitação não pode deixar os mais frágeis à margem.
Vivemos num mundo repleto de desafios e desigualdades sociais. As pessoas em situação de sem-abrigo são uma parte vulnerável da nossa sociedade. Ajudar a melhorar as suas vidas é uma missão nobre e urgente. Junte-se a nós nesta missão.
Fazer DonativoSer voluntário é dar uma ajuda aos que mais precisam, um apoio vital quando tudo o resto falhou, uma esperança de que se pode dar a volta e fazer com que a população em situação de sem-abrigo fique mais perto da reinserção e de sair da rua.
Torne-se VoluntárioMorada: Rua Dr. João de Barros, 17G, 1500-230 Lisboa
Telefone: +351 217 269 286
Email: info@casa-apoioaosemabrigo.org